Richie
Sambora está há quase 30 anos no Bon Jovi, grupo batizado com o
sobrenome do vocalista. Esse período inclui o afastamento temporário a
que foi submetido em 2010, durante a última turnê da banda, por
problemas com álcool. Mas Sambora tenta mostrar agora que é mais do que o
guitarrista e assoprador de talkbox em “Livin’ on a prayer”. Trabalha
no lançamento de seu terceiro disco solo, “Aftermath of the lowdown”
(Som Livre), que mistura canções que poderiam estar num disco de sua
banda principal e outras de estilo bem diferente.
—
Não sei se as pessoas notaram, mas sou cantor — diz o músico, de 53
anos, em entrevista por telefone. — É engraçado como estranham meu
trabalho solo, porque esperam ouvir a voz de Jon (Bon Jovi). Antes de
entrar no Bon Jovi, eu era vocalista de outra banda e me sinto muito
confortável nessa posição. É a chance de fazer música sem me importar
com rádios e obrigações, e de me testar como compositor principal.
Coincidentemente,
os trabalhos solos de Sambora vêm sempre em momentos especiais de sua
vida. Em 1991, “Stranger in this town” foi lançado durante a maior crise
que o Bon Jovi já enfrentou, pouco antes de lançar seu mais
bem-sucedido álbum, “These days” (1995), e evitar sua desintegração. Em
1998, “Undiscovered soul” apareceu em uma fase mais madura da vida de
Sambora, quando nasceu Ava, sua filha com Heather Locklear, atriz com
quem ele foi casado por 13 anos e com quem terminou em meio a um
escândalo estampado nas capas dos tabloides. E agora, Richie?
—
Passei por muitas coisas nesses últimos anos. Tive altos e baixos que
foram explorados pela mídia. Foi quando comecei a escrever canções e vi
que aquilo soava como um disco.
Essas
músicas, todas compostas por ele, têm grande tom de sinceridade. “Não
tente derreter o meu coração / Faça um favor a si mesma, não se importe
comigo / Se quiser me usar, eu também poderia te usar” é um trecho de
“Sugar daddy”.
—
Após o divórcio, eu não estava disponível para uma relação séria. Só
queria me divertir com as mulheres. Ninguém admitiria isso, mas é a
verdade. As pessoas têm me perguntado se não é ruim ficar tão
vulnerável. Mas é o que acho interessante sobre esse álbum. Agora tudo
está no passado. Já me sinto 100% e disponível para outras histórias.
Bon Jovi no Brasil em 2013
Sambora
começou neste ano a bem-sucedida turnê de seu disco pela Europa, mas
ela acabou interrompida sem explicações. Paralelamente, o Bon Jovi
anunciou a turnê do novo disco, que deve se chamar “What about now” e
ainda não tem data de lançamento.
—
Não sei como será. Ainda não conversamos sobre a turnê. Quero continuar
promovendo meu álbum. A única certeza é de que estarei no Brasil com o
Bon Jovi em 2013. Se tiver uma folga entre shows, vou tentar fazer uma
apresentação solo.
Acho que vai ser assim daqui em diante.
Já
que a indústria fonográfica convencional não anda tão próspera quanto
nos anos 1980, Sambora concorda que é preciso encontrar novas maneiras
de fidelizar seus fãs. Isso pode ser feito através das redes sociais e
em encontros com admiradores antes de cada show por uns punhados a mais
de dólares no convite.
—
Fãs são muito importantes para o que a gente faz. Eles são tão
importantes quanto a banda. Se não aparecerem, não tem show. Eu uso o
Twitter todos os dias. É uma forma de criar uma amizade e de nos
humanizar, porque as pessoas ficam sabendo de cada passo que damos.
Fonte: Site - O Globo - www.oglobo.globo.com
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